Com o objetivo de promover a troca de informações e disseminar conhecimento sobre os cafés de alta qualidade, o projeto desenvolvido pelo professor do departamento de agricultura da UFLA, com ênfase na área de colheita, pós-colheita e qualidade do café, Virgílio Anastácio da Silva e pelo doutorando do programa de pós-graduação em fitotecnia e degustador de café, Bruno Ribeiro vem em pleno desenvolvimento na Universidade.
Com sua primeira turma em andamento, o grupo é formado por estudantes de graduação do curso de agronomia da UFLA. Os encontros acontecem a cada quinze dias onde são debatidos de forma prática as etapas pelas quais o café é submetido e como cada processo influencia na qualidade da bebida. No último encontro realizado no dia 01 de novembro na InovaCafé, foram discutidas a postura na degustação, atributos de cafés especiais, diferenciação dos produtos, os protocolos de degustação e as normas vigentes.
A ideia dos tutores surgiu após perceberem a demanda por cafés especiais, do crescente mercado que procura profissionais diferenciados que conheçam o processo, as origens e como chegar a esse produto, “vimos a oportunidade de trabalhar com um grupo de interessados, criamos o projeto em parceria com eles, com cronogramas, organizações, atribuições, que segue uma estrutura de atuação já consolidada no vinho e que vem se concretizando cada vez mais, na cafeicultura”, comenta Bruno.
FUTURO PROFISSIONAL
De acordo com o professor Virgílio, “a principal importância desse projeto é que esses estudantes vão ter conhecimento sobre classificação e avaliação de qualidade de café a nível internacional, ou seja, através do curso eles vão conhecer o protocolo da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA) que é utilizado mundialmente, com a conclusão do curso eles estarão aptos a fazer uma avaliação dos cafés a nível internacional, mediante ao credenciamento junto ao CQI – Coffee Quality Institute”.
Virgílio analisa que apesar do Brasil ser o maior produtor de café do mundo, existem poucos provadores Q-grader (classificador de café qualificado pelo Coffee Quality Institute (CQI) e que segue o protocolo da SCAA), hoje em dia. “Se você visitar as cafeterias, cooperativas e produtores, eles têm uma necessidade muito grande de profissionais nessa área, porque a maioria dos produtores vende os seus produtos sem saber a qualidade do café que eles tem na propriedade, então as vezes um café que teria um valor de R$ 800,00 a saca eles vendem por R$ 450,00, esses estudantes dentro de pouco tempo estarão aptos a julgar esse café e mostrar para o produtor o que eles tem na mão, de repente ele tem um diamante que se lapidado pode virar um brilhante”, ressalta.
PRÓXIMOS PASSOS
“A nossa intenção é trabalhar por etapas, visando o conhecimento geral de cafés “das lavouras à xicara”, discutir as demandas nacionais e internacionais nos âmbitos desses profissionais, nas quais os estudantes possam compreender o processo pelo qual o produto é submetido: com anos de treinamentos, observando as interações entre ambientes, variedades, processos , a importância de seguir normas na torração, a degustação, a postura profissional, temos absoluta certeza do sucesso e inserção dos participantes nos mercados de trabalhos e ai sim, posicionaremos a formação de um novo grupo. Compreender os aspectos relacionados a qualidade de cafés, demanda de estudos, foco, atitudes, sintonia do grupo e com toda a certeza, o fortalecimento do conhecimento será com o tempo e afinidade com os assuntos”, explica Bruno, ressaltando que a intenção dos tutores é de ofertar novas turmas onde as vagas serão abertas para as pessoas que tenham interesse no café, não necessariamente pessoas ligadas a agronomia, mas pessoas que querem fazer o diferencial como os filhos de produtores, o próprio produtor ou pessoas ligadas ao ramo cafeeiro que queiram se aprofundar sobre o assunto, “mas tudo isso só será possível após firmamos parcerias para dar força ao projeto, daí projetamos novos grupos fortalecendo o mercado”, pontua.
Texto e Fotos: Ascom InovaCafé