A prefeitura de Lavras realizou uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, dia 17, para apresentar os números que justificam o decreto de calamidade administrativa e financeira, publicado na semana passada no Diário Oficial do Município.
A apresentação foi feita pelo assessor jurídico do executivo, o advogado Hélio Ribeiro. Ele mostrou o resultado de um levantamento feito nos primeiros 15 dias da atual gestão. Segundo o documento, o déficit atual nas contas da prefeitura é de cerca de R$56 milhões. A dívida fundada, que são contratos antigos de outras administrações, é de quase R$24 milhões. O restante se divide entre o fundo de previdência LavrasPrev, o não pagamento de fornecedores e gastos com a folha de pagamento. De acordo com a atual gestão, o ex-prefeito Silas Pereira deixou contas de R$33 milhões do mandato dele e nenhum dinheiro no caixa.
Ainda de acordo com o relatório, a prefeitura teve uma arrecadação recorde em 2016, de R$236 milhões, o que contraria as informações de que os repasses feitos pelos governos estadual e federal não estavam sendo creditados. “Eu acredito que não houve um planejamento e a última administração deixou a desejar”, comentou Hélio Ribeiro.
Sobre o pagamento dos décimo-terceiros atrasados, a prefeitura não soube definir uma data para acertar o que ainda é devido aos servidores. O relatório também traz fotos de sucateamento de objetos, veículos e prédios públicos. As informações serão reunidas em um documento que será entregue ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas de Minas Gerais, além de órgãos federais. “Vamos denunciar a última gestão por todas essas questões e poderemos tomar algumas medidas judiciais em relação aos ordenadores de despesas”, finalizou o assessor jurídico.
Ex-prefeito comenta relatório
A produção do Lavras.TV entrou em contato com o ex-prefeito Silas Pereira para saber a posição dele sobre os dados apresentados. Silas disse que saiu da prefeitura devendo menos que o antecessor, Marcos Cherem. “Quando assumi a prefeitura, recebi do Prefeito Cassado o total de restos a pagar (processado e não processado ) de R$ 34.867.412,10. Menos portanto do que deixo pro meu sucessor. Com crise e tudo”, concluiu Silas.
Foto: Ricardo Silva