O anúncio da contratação do goleiro Bruno Fernandes pelo Boa Esporte, na última sexta-feira, mudou a rotina dos moradores de Varginha (MG), no Sul de Minas Gerais. Na saída do restaurante onde almoçou com a noiva, Bruno foi assediado e posou para fotos com fãs. Enquanto o atleta se reunia com a diretoria em um hotel, moradores se aglomeraram em frente ao local para conseguir ver o goleiro.
Nas redes sociais, uma petição foi criada contra a contratação do jogador pelo Boa Esporte (veja na imagem abaixo). Nas ruas, o anúncio dividiu opiniões. Muitos se mostravam a favor, outros nem tanto.
– Eu aprovo, pra mim ele é um goleiro muito bom, eu aprovo a vinda dele pra Varginha sim – disse o vigilante Adriano Pedro.
– Ele já pagou uma parte da sentença dele, acho que ele tem o direito de reconstruir a vida dele – disse o operador de produção, José Carlos.
– Nada contra a pessoa, nem quero julgar, mas o exemplo que ele nos traz acredito que é um marketing negativo – disse o jornalista Nyei Nadeia.
– Não sou a favor não, porque eu acho que depois que acontece o que aconteceu com ele, o que ele fez, acho que ele tem que ser punido – disse a cabeleireira Mariza Carvalho.
Conforme o advogado do jogador, Lúcio Adolfo, o contrato de Bruno Fernandes será de dois anos. Pelo clube de Varginha, o goleiro irá disputar o Módulo 2 do Campeonato Mineiro e a Série B do Brasileiro. A previsão é que ele inicie os treinamentos com a equipe no início da semana e possa ter condições de jogo em no máximo 60 dias.
Apesar do anúncio, o presidente do Montes Claros, Ville Mocelin, com quem Bruno assinou um contrato até 2019 enquanto estava na prisão, disse que o jogador ainda tem contrato com o clube e que ainda não foi procurado para resolver a situação. Segundo Mocelin, a multa rescisória de Bruno com o Montes Claros seria de US$ 2,86 milhões. Para os jornalistas, nesta sexta-feira, o advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, disse que a situação com o Montes Claros já está resolvida.
Condenação e saída após 6 anos da prisão Em 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio, sua ex-namorada, e também pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. No dia 24 de fevereiro deste ano, Bruno deixou a APAC de Santa Luzia (MG) por decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Superior Tribunal Federal (STF).
No dia em que o goleiro foi solto, o Boa Esporte negou que tinha interesse na contratação do jogador. Segundo informações divulgadas pelo Jornal Hoje em Dia, o advogado do jogador, Lúcio Adolfo, teria sido informado por um intermediário que o clube estaria interessado no jogador.
Em fevereiro de 2013, a diretoria do Boa Esporte divulgou uma carta informando o interesse do clube em contratar o goleiro. Na época, o documento deixava claro a intenção do clube de esperar pelo jogador, que seria julgado naquele ano.
Fonte: Globo Esporte