Até a tarde desta quinta (27/3), 33.333 casos de dengue foram confirmados no estado. Cidades do Triângulo Mineiro possuem mais casos de infecções fatais
Em dois dias cinco novas mortes em decorrência da dengue foram registradas em Minas Gerais. Até o início da tarde desta quinta-feira (27/3), conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), 28 infecções fatais foram registradas.
Os novos casos foram registrados em Uberlândia, Iturama e Limeira do Oeste, no Triângulo Mineiro. Além disso, em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, e em Alterosa, no Sul de Minas Gerais. Conforme o painel de monitoramento das arboviroses do Governo de Minas, até então, Uberlândia e Uberaba têm liderado os óbitos por dengue, com oito registros cada.
Além dos óbitos em que foi confirmado a relação com a infecção da dengue, até o início desta tarde, a SES-MG investiga outras 65 infecções fatais. O levantamento diário também apontou que 33.333 exames testaram positivo para a doença.
De acordo com o Governo de Minas, a maior parte dos óbitos foram registrados de pacientes mulheres de 70 a 74 anos, o que corresponde a 17,86%. No entanto, na mesma faixa etária o percentual de homens que morreram em decorrência da dengue é de 3,57%.
Ainda segundo o monitoramento da SES-MG, 67,87% das pessoas que perderam a vida para a arbovirose possuem algum tipo de comorbidade. Desse total, a maior presença é de pacientes com quadro de hipertensão, em seguida estão casos de doença renal e diabetes.
O infectologista Leandro Curi, que integra a equipe do Hospital Semper, acredita que perdemos a guerra contra o vetor transmissor da dengue. Porém, o especialista defende que a prevenção mais eficaz é a vacina. “Minha expectativa é que enquanto ela [vacina contra a dengue] ainda não é produzida em nosso país, que seja possível comprar mais doses para ampliar a proteção e estendê-la para outras faixas etárias”, destaca.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou o uso de duas vacinas contra a dengue: Qdenga, do laboratório japonês Takeda; e Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi- Pasteur. A primeira foi incorporada ao calendário de vacinação e é distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde o último ano. Ela é indicada para pessoas de 4 a 60 anos, não sendo indicada para aplicação em idosos.
Em 14 de fevereiro, o Ministério da Saúde permitiu a ampliação temporária do público-alvo da vacina. A medida é válida para doses com prazo de validade iminente. Apesar disso, em Minas Gerais, até o momento, não há informações sobre o remanejamento da aplicação. O Estado de Minas procurou a SES-MG para saber se há algum planejamento, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.
De acordo com o governo federal, por conta da dificuldade de produção e importação das doses, nas Unidades Básicas de Saúde (UBs) as doses estão sendo ofertadas para crianças de 10 a 14 anos, sendo que em alguns estados e municípios, devido a falta de procura o público alvo foi ampliado para 6 a 14 anos. Já o imunizante francês, pode ser aplicado em pessoas de todas as idades mas, ela só pode ser utilizada por aqueles que já tiveram dengue, sendo contraindicada para pessoas que nunca tiveram contato com o vírus.