Autor do sucesso ‘Cidadão’, cantor e compositor mineiro diz que nunca se apresentou em BH. Ele é atração desta sexta (28/3) na capital
Embora seja conhecido em todo o país, o cantor e compositor Zé Geraldo garante que nunca se apresentou em Belo Horizonte. Aos 80 anos e completando 60 de música, o artista mineiro, natural da cidade de Rodeiro, na Zona da Mata, ressalta que não sabe explicar a sua ausência dos palcos de BH. E, para quebrar esse tabu, fará única apresentação nesta sexta-feira (28/3), às 21h, no Teatro Sesiminas, ao lado do guitarrista, cantor e compositor Jean Trad, com o show da turnê “Zé Geraldo 80 anos”.
O músico, que lançou no ano passado o álbum “O lugar onde eu nasci”, produzido por Zeca Loureiro, promete revisitar seu repertório de sucessos, cantando hits como “Cidadão”, “Senhorita”, “Galho seco” e “Milho aos pombos”, entre outros. Mas Zé Geraldo também apresentará canções autobiográficas que retratam sua história e raízes, além de novidades.
“Minha música tem um pé no mato e outro no rock das cidades”. Assim o artista define o seu trabalho.
Zé Geraldo conta que faz bastante shows pelo interior de Minas Gerais e sempre com sucesso. Porém, nunca conseguiu se apresentar em BH. “Não sei que mistério é esse”, comenta o artista.
“Há alguns meses, estive na cidade, fiz um trabalho de imprensa sobre o disco e agora retorno para me apresentar no Teatro Sesiminas, tentando corrigir essa distorção da minha carreira. BH é a capital do meu estado e não posso ficar tanto tempo longe. Então, farei um retrospecto geral da minha carreira. Vou cantar cerca de 20 músicas, que é o que tenho feito por onde passo com esse show”, adianta.
“Meu álbum ‘O lugar onde eu nasci’ traz algumas canções feitas durante o período da pandemia, uma passagem, um retrospecto, uma reflexão da minha vida e da minha história”, revela Zé Geraldo. “Ele já está à disposição nas plataformas digitais e no formato de CD físico.”
O artista foi lançado oficialmente na carreira musical em 1979. “Então, no disco, são 46 anos. Porém, cantei cerca de 10 anos em bandas de baile e foi aí que a minha música se formatou. Juntei o folk, o rock e o blues com aquela música simples que trouxe do interior mineiro, que era a caipira antiga, e tudo desaguou nesse tipo de trabalho que faço. Então, são quase 50 anos como profissional. Porém, se juntar o tempo em que fiquei tocando em bailes e participando de festivais, vai dar quase 60 anos de carreira.”
“E, agora, aos 80 anos, posso falar por experiência própria que a música não tem idade”, garante.
“Nos meus shows vão pessoas de todas as gerações e é uma força pra gente. Isso passa uma coisa meio romântica nestes tempos de internet. Essa coisa vem de pai para filho. Felizmente, estou dentro dessa onda aí. Outro dia, no interior, um garoto me disse que eu era o John Lennon dele. Imagine um adolescente de 15 anos lhe abraçar chorando e falar isso? É emocionante, muito significativo.”
Zé Geraldo acredita ter dado sorte por se tornar um dos “herdeiros” de Raul Seixas. “Tive essa felicidade, e percebi isso lá pelo meio dos anos 1980”, revela. “Na época, estava até com vontade de parar com a minha carreira, mas isso me fortaleceu e fui logo para a estrada. Esse público que veio do Raul foi um alento. Quando percebi, botei as mãos para o céu e agradeci. Ele foi uma grande referência para mim.”
A maior referência do artista mineiro é o cantor e compositor norte-americano Bob Dylan.
“Quando o ouvi pela primeira vez, eu estava começando a compor. Então. pensei: é isso que quero para mim, a minha música é esta. É claro que depois, com os bailes, cantando em grandes bandas, fui juntando tudo aquilo, mas o meu ponto de partida principal foi mesmo Dylan. Eu poderia ter sido um grande cover dele, mas acabei arranjando uma maneira de cantar, misturando o rock com as músicas caipiras do interior. Com isso, acabei achando o meu jeito próprio de cantar”, conclui.
Nesta sexta-feira (28/3), às 21h, no Teatro Sesiminas, Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia. Ingressos a R$ 220 (inteira), R$ 110 (meia-entrada) e R$ 150 (com doação de 1kg de alimento não perecível). Ingressos à venda na plataforma Sympla. Informações: (31) 2116-0418.
Com apresentação das cantoras Janamô, Michelle Oliveira e Júlia Deodora, será realizada neste domingo (30/3), às 16h, no Centro Cultural Venda Nova (Rua José Ferreira dos Santos, 184, Jardim dos Comerciários), mais uma edição de “Giro: sons que conectam”. Janamô apresenta samba e ritmos brasileiros; Júlia celebra os ancestrais; e Michelle interpreta sons brasileiros com sua voz e percussão. A entrada é gratuita.
Formada por Marcelo Carrato (bateria), Marcelo Dilla (violão e voz) e Marcos Boechat (baixo e vocal), a Banda Som de Vinil se apresenta nesta sexta-feira (28/3), às 19h, no Bar Caixote (Rua Ivaí, 100, Serra). O repertório traz sucessos nacionais e internacionais dos anos 1960, 1970 e 1980. Couvert artístico a R$ 10. Informações: (31) 3324-8588.