Usar um cosmético cuja validade expirou pode ser perigoso. No caso da maquiagem, a ameaça é ainda maior já que a quantidade de corante potencialmente alergênica entra em contato direto com regiões da pele bastante sensíveis, como a mucosa. O pior é que nem sempre o processo de contaminação do produto é visível, pois quando é recente não altera cor nem odor da make.
“Quimicamente falando, as maquiagens vencidas podem, além de oxidar, separar sua fase oleosa da aquosa, talhar, decantar e não se misturar mais, formar uma placa sólida, seu pH pode ser alterado drasticamente, queimando o local de aplicação”, alerta o farmacêutico e diretor técnico da Ecenne, Rodrigo Kury. Ou ainda, um produto vencido pode causar contaminação bacteriana que vai desencadear processos alérgicos, acne, dermatites e até infecções mais graves de pele.
Por esse motivo, é bom lembrar que bactéria é microscópica. Quando um produto muda de cor ou tem seu odor alterado, tem grande chances de estar contaminado.
O risco é que esses cosméticos entrem em contato com os lábios, numa área conhecida como epitélio de transição que é muito mais fina e delicada e,, por isso, mais sujeita a agressões, irritação e infecção por fungos.
Rímel e cosméticos que tem proximidade com a mucosa dos olhos são geralmente os mais perigosos e os campeões das queixas nos dermatologistas. “A pele já tem um sistema de defesa e uma microbiota muito eficaz de proteção contra bactérias e ácidos, mas os olhos e as mucosas são mais desprotegidos”, revela o especialista. Assim, uso de maquiagens vencidas na região dos olhos pode causar conjuntivite bacteriana.
Outra ameaça frequente é no uso do lápis de olho vencido, que pode causar uma hipersensibilidade local que pode irritar a região e fazer com que a glândula tente se livrar daquele depósito de pigmento. “Além disso, o lápis pode provocar um processo inflamatório pela presença da sujidade que obstrui o ducto de saída da glândula, criando uma inflamação como o terçol”, explica.
Fonte: Vix – Bolsa de Mulher
