Vice-governador de Minas Gerais é preso em operação da Polícia Federal

novembro 09, 2018

Agentes da Polícia Federal prenderam o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), os executivos da JBS Joesley Batista e Demilton de Castro e o deputado João Magalhães (MDB-MG) na manhã desta sexta-feira (9), em um desdobramento da Operação “Lava Jato”, que nesta fase investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo a Receita Federal, as propinas pagas a agentes públicos e políticos são estimadas em mais de R$ 22 milhões.

Antonio Andrade (MDB) foi preso em Vazante, no Centro-Oeste do Estado. Os agentes também estão no escritório central dos Supermercados BH, em Contagem, e na Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Os presos vão ser levados para a sede da Superintendência Regional da PF, no bairro Gutierrez, onde será realizada uma coletiva ainda nesta manhã.


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Antônio Andrade, vice-governador de MG - Foto: Caroline Aleixo/G1

Antônio Andrade, vice-governador de MG – Foto: Caroline Aleixo/G1

Em deslocamentos em Belo Horizonte, agentes prenderam também Mateus Moura, ex-advogado do MDB mineiro e aliado de Antonio Andrade, e o advogado Ildeu da Cunha Pereira, que foi detido em 2008 junto com Marcos Valério no Campo de Marte, em São Paulo, com malas de dinheiro. Na época, a PF investigava um esquema de fraudes fiscais.

No total são 56 mandados de busca e apreensão e 18 de prisão temporária, expedidos no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, cumpridos em 14 cidades do Distrito Federal e dos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso.

O suposto esquema

Batizada de Capitu, a operação é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB. Conforme as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS, que pertencem aos irmãos Joesley e Wesley Batista, em troca de medidas para beneficiar as empresas do grupo. Joesley havia sido preso em setembro do ano passado, por suspeita de que estivesse contando com ajuda do procurador da República Marcello Miller no acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República.

De acordo com a Receita Federal, suspeita-se que a rede BH Supermercados utilizou-se do grande fluxo de dinheiro em suas empresas para dar ar de licitude a valores doados a partidos e políticos, no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2015. O dinheiro seria repassado pelas redes varejistas aos partidos e políticos por meio da simulação de recebimento de duplicatas pela JBS e pela transferência financeira a seis escritórios de advocacia por serviços, supostamente não realizados, acobertados por contratos simulados e notas fiscais.

As irregularidades podem configurar diversos crimes, como constituição e participação em organização criminosa, obstrução de justiça, falsificação de documentos, crime contra a ordem tributária, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Resposta

De acordo com André Callegari, advogado d Joesley Batista, afirma que o empresário é colaborador da Justiça e tem cumprido à risca essa função. “Portanto, causa estranheza o pedido de sua prisão no bojo de um inquérito em que ele já prestou mais de um depoimento na qualidade de colaborador e entregou inúmeros documentos de corroboração. A prisão é temporária e ele vai prestar todos os esclarecimentos necessários”, diz.

A reportagem ainda não conseguiu falar com o BH Supermercados e com os representantes dos políticos presos na operação.

Fonte: Hoje em Dia

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