A Polícia Civil de Campo Belo (MG) vai abrir inquérito para avaliar a gravidade do caso de uma mulher detida no sábado (22) por suspeita de realizar exames oftalmológicos no lugar da profissional durante um mutirão na Igreja Casa de Oração Jesus Salva, no bairro Feira. Outras três pessoas que estavam com ela também foram ouvidas na delegacia.
De acordo com a polícia, a suspeita estava utilizando um registro de uma segunda mulher, de São Paulo (SP), que seria optometrista. Ela foi ouvida e liberada, mas pode responder por exercício ilegal da profissão.
O mutirão para exames oftalmológicos estava marcado para ter início às 10h, no sábado. O grupo que faria a avaliação era da capital paulista e o agendamento foi feito diretamente com o pastor Sebastião Donizete.
Ele contou em entrevista à EPTV, afiliada da Rede Globo, que recebeu indicação de outro pastor, e que chegou a ver o registro da moça responsável. Ele disse ainda que não haveria problemas, já que a moça não emitiria receitas, apenas faria os exames.
Polícia Civil abre inquérito para apurar caso de ‘falsa médica’ em mutirão de Campo Belo — Foto: Reprodução EPTV
“Ela não veio, não pode vir, por motivo de saúde do esposo, mas aí então ela enviou uma estagiária, então ficou combinado, conforme foi feito, ela não fazer a consulta, ela apenas realizada uma exame e quando, ficou combinado assim, caso constatasse algo nos olhos do assistido, ela emitia uma orientação”, disse o pastor.
O pastor disse que não quis cancelar o mutirão, porque mais de 40 pessoas foram e tinha até lista de espera. Mas na quinta consulta, o procedimento acabou sendo interrompido, depois que a polícia chegou até o local com um mandado de busca e apreensão.
Segundo o boletim de ocorrência, a polícia encontrou uma garota de 12 anos com uma papeleta com anotações referentes a exame oftalmológico constando medicação de grau para óculos e assinada com o registro profissional de outra pessoa e um cartão de uma ótica de São Paulo.
Máquinas de cartão de crédito e armações de lentes foram apreendidas. O pastor responsável pela igreja disse não saber sobre estes materiais apreendidos.
“Não sei informar porque isso é um caso que faz parte deles, mas creio eu que é parte do equipamento que já estava no veículo e como a titular não veio, ela veio e a estagiária com certeza deve ter trazido tudo aquilo que já estava preparado”, disse o pastor.
Fonte: G1
