Minas Gerais ainda não tem previsão de ter uma vacina contra o coronavírus

setembro 23, 2020

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou nessa terça-feira que está mantendo contatos com autoridades de diversos países envolvidos em projetos de desenvolvimento de vacinas contra a COVID-19, mas ainda não há acordo firmado para garantir doses do imunizante. Ainda assim, a pasta destaca que o governo estadual está preparando a rede assistencial de saúde para a vacinação, quando disponível. “Toda vacina licenciada no Brasil percorre diversas fases de avaliação, desde os processos iniciais de desenvolvimento até a produção e a fase final, que é a aplicação, garantindo assim sua segurança. Esses processos de avaliação técnica de novos medicamentos são realizados em nível federal pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, informou em nota.

Na segunda-feira, o governador de São Paulo, João Doria, fez a promessa de vacinar toda a população do estado de São Paulo até fevereiro de 2021. É pouco provável que a meta seja cumprida, disse ontem ao Estado de Minas o biólogo Luiz Almeida, que acompanha os avanços da CoronaVac, vacina contra a COVID-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan.


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“Não sei de onde (João Doria) ele está tirando isso”, afirmou Luiz Almeida, PhD em microbiologia, formado na área de genética de bactérias pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). “Mesmo que a vacina saia no mês que vem e seja de uma tecnologia que estamos acostumados a produzir no Brasil, não temos uma fábrica nem insumos para produzir, então estamos dependentes de importação da China”, explica.

O especialista compara a situação atual com a campanha de vacinação da gripe, que ocorreu entre março e junho. “Durante três meses conseguimos vacinar 4 milhões na cidade de São Paulo e 14 milhões em todo o estado”, destacou Almeida. A abrangência da vacinação da gripe, neste ano, representa apenas a média de 31% da população do estado, que tem cerca de 44 milhões de habitantes.

“No melhor dos cenários possíveis, se der tudo certo, temos que pensar ainda no processo de produção e distribuição. Se a gente pensar que vai dar tudo certo, não vejo como provável em termos de logística vacinar toda cidade de São Paulo até fevereiro de 2021, sequer todo o estado. Não é só ter a vacina e ela estará disponível no mercado para comprar. Tem que se pensar em profissionais, agulhas, transporte”, disse o biólogo. “O desafio dele, nesse discurso, é vacinar 44 milhões de pessoas em um pequeno espaço de tempo. Não sei se ele vai transportar essa vacina de um jeito inovador”, acrescenta.
Também coordenador dos Projetos Educacionais do Instituto Questão de Ciência, Luiz Almeida afirma que, com base no histórico de vacinação da gripe, “é praticamente impossível” cumprir a promessa do governador. A previsão é de que se encerre a fase 3 (última fase de testagem) da vacina chinesa até o mês que vem, mas o especialista alerta para os cuidados que devem ser tomados. “É uma fase extremamente importante para avaliar a eficácia, se tem efeitos colaterais e outras questões. Se ela não der certo, a gente descarta e vamos para outra. Mas tudo tem que ser compartilhado com muita clareza. Nem a Anvisa vai autorizar se não for muito claro”, enfatizou Almeida.

Balanço

O total de casos de COVID-19 em Minas Gerais continua subindo, assim com o número de óbitos. De segunda-feira para ontem, foram notificados mais 2.039 diagnósticos no estado, elevando o total de pessoas infectadas a 273.233. Também foram registradas mais 37 mortes, e, com isso, os óbitos totalizam 6.764 desde o início da pandemia. Os dados são do boletim da Secretaria de Estado de Saúde.

O cerco tdo vírus também vai se fechado no total de municípios mineiros. Na segunda-feira, como o Estado de Minas mostrou, ainda havia 10 cidades sem casos da doença. No entanto, conforme o levantamento da Saúde, o número caiu para nove. Coronel Murta, que tem a maior população entre os da lista, registrou o primeiro caso de contaminação. Ainda segundo o boletim, há 239.717 pessoas recuperadas da doença e outros 26.752 casos em acompanhamento no estado.
No Brasil, foram registradas 836 mortes por COVID-19 num período de 24 horas, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde. Chegou a 138.108 o número de óbitos provocados pela doença no país. Também foram contabilizados 33.536 novos casos de contaminação pelo vírus, elevando o número total de registros da doença para 4.591.604. Desses universo, 3.945.627 (85,9%) estão recuperados, segundo o ministério, e 507.869 (11,1%) estão em acompanhamento. Há 2.423 mortes em investigação.

Fonte: Estado de Minas

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